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Foto do escritorMarcio Weber

Letrux - Viver É Um Frenesi (2023, Idem) - Marcio Debellian

"Tinha uma risada esganiçada que me irritava um pouco, mas era mais velha que eu e já tinha colocado cigarro e outras coisas na boca, o que causava fascínio. Éramos primas e fazíamos tudo juntas, quando férias e feriados permitiam nos embrenhávamos"



"Letrux - Viver É Um Frenesi" é um média-metragem documental. O filme é dirigido por Marcio Dellebian (Fevereiros) e chega para todo Brasil gratuitamente através da plataforma de streaming Sesc Digita, antes disso o filme recebeu sessões especiais no cinema de algumas cidades de brasileiras.


Após o lançamento do álbum "Letrux Aos Prantos" em meio ao ápice da pandemia, a cantora Letícia Novaes se vê em uma situação forçada a voltar para a casa de veraneio de sua família em São Pedro da Aldeia (RJ), lá se depara com o resgate de memórias ao encontrar diários e se reinventar como artista.




O documentário segue um modelo reflexivo em que a biografada não apenas narra e concede entrevistas ao projeto. Mas reforça um lirismo poético e perspectivas plurais em torno de temas como a vida, a morte, os laços familiares, o fazer artístico e a memória afetiva. Temáticas entrelaçadas por um olhar poético seja em planos abertos contemplativos, planos detalhes pontuais, movimentações de câmera e planos em movimento denotando a correlação entre o testemunho, as considerações que a artista tem em relação a carreira e a história trilhada nos seus quarentas anos de vida.



Apesar da minutagem enxuta e de fazer recortes muito evidentes sobre a biografia e a carreira da cantora, o projeto consegue passear por diferentes estágios da carreira dela e tem à disposição um material farto, seja de materiais de arquivo de diferentes momentos, imagens captadas pela produção em conjunto com os depoimentos que situam um olhar, revisitam uma trajetória que segue em curso e seguirá pelos esforços e vontade da artista.


Fazendo valer da personalidade extrovertida e assertiva de Letrux. Debellian proporciona um diálogo íntimo, e emula cumplicidade ao dispor na tela as angústias, a espontaneidade, que não soa como uma intrusão ou mero olhar voyuerístico. Mas de um encontro honesto e sensível entre a biografia e a filosofia de vida, entre a carreira e a memória. Um mostruário breve, mas propositivo de obra de arte e essência, vida e existência.



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